Se você cortar o dedo ou machucar a perna, seu corpo atuará para estancar o sangramento. Para isso, células sanguíneas chamadas plaquetas e proteínas sanguíneas chamadas fatores de coagulação trabalham juntas para formar um coágulo. Quando o sangramento parar, o coágulo vai se dissolver em algum tempo.
Mas algumas pessoas podem ter uma condição chamada trombofilia, que as tornam mais propensas a formação de coágulos sanguíneos, até mesmo sem uma lesão desencadeante. Isso também é chamado de hipercoagulabilidade.
Isso pode acontecer se seu corpo produzir proteínas de coagulação alteradas em sua atividade ou mesmo em quantidade. Também pode acontecer se você não produzir normalmente as proteínas cuja função é de interromper o processo de coagulação. Em alguns casos, as substâncias do coágulo podem não se dissolverem, mesmo depois de não mais necessárias. Em outros casos, seu corpo produz proteínas que danificam as paredes dos vasos sanguíneos.
Através destes mecanismos anormais, a trombofilia pode bloquear os vasos sanguíneos e interromper o fluxo de oxigênio para os tecidos ou órgãos. Pode também causar eventos como a trombose venosa profunda, que pode ser um coágulo sanguíneo na perna, e até uma embolia pulmonar (coágulo sanguíneo que chega aos pulmões). Também pode causar um ataque cardíaco ou um derrame cerebral.
Causas
Existem dois tipos principais de trombofilia:
- Trombofilia hereditária: isso significa que você nasceu com a doença, como herança genética de um ou de ambos os pais que possuem essa condição.
- Trombofilia adquirida: ocorre quando o fígado, rim ou outro órgão passa a não produzir ou eliminar as proteínas da coagulação como deveriam. Geralmente, o quadro inicial ou primeiro ocorre após o repouso prolongado na cama após uma cirurgia ou devido a uma doença grave, como o câncer. A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo é a forma de trombofilia adquirida mais comum. Esta síndrome é uma doença autoimune que pode aumentar suas chances de complicações na gravidez, como o aborto espontâneo, peso inadequado do bebê ou até seu óbito dentro do útero.
Qual a relação da trombofilia com a gravidez?
O desenvolvimento de uma gravidez bem-sucedida depende de um suprimento adequado de sangue da mãe através da placenta de seu bebê. Portanto, se os vasos sanguíneos da placenta forem coagulados é improvável que o bebê receba um suprimento sanguíneo adequado, tornando-se pequeno para a idade gestacional, com crescimento restrito ou, em casos graves, podendo causar morte fetal.
Trombofilia e infertilidade
A trombofilia não é causa de infertilidade e as mulheres com defeitos trombofílicos podem ter uma gravidez normal. A trombofilia, no entanto, é considerada um fator de risco significativo para a perda recorrente da gravidez, especialmente após o primeiro trimestre.
Trombofilia e gravidez
A trombofilia pode causar outras complicações na gravidez. Essas complicações podem ser: descolamento prematuro da placenta, prematuridade, aborto espontâneo, nascimento de recém-nascidos de baixo peso e atraso no desenvolvimento fetal intrauterino.
Na gravidez, devido ao aumento de hormônios como o estrogênio e a associação com o peso do útero aumentado sobre os vasos do abdômen, que reduz o fluxo do sangue, observam-se condições para uma coagulação sanguínea excessiva e, portanto, aumento do risco de trombose e bloqueio dos vasos sanguíneos da placenta ou do endométrio, o que também eleva o risco de aborto espontâneo.
A trombofilia não impede a gravidez, mas se por alguma suspeita clínica os testes de trombofilia são realizados e esta condição é diagnosticada, o hematologista monitorará a gestante em conjunto com o ginecologista devendo-se administrar o tratamento anticoagulante apropriado.
Opções de tratamento para mulheres grávidas com trombofilia
É essencial lembrar que você pode ter uma gravidez saudável apesar da trombofilia. A melhor maneira de garantir a saúde de seu bebê é tomando medidas para prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Seu médico monitorará cuidadosamente a evolução de sua gravidez e irá prescrever os medicamentos e as medidas clínicas necessárias para ajudar.
Provavelmente, você fará mais exames pré-natais que incluem ultrassom e monitoramento da frequência cardíaca fetal para garantir que seu bebê esteja se desenvolvendo normalmente.
Se você tem alguma dúvida sobre trombofilia ou ainda, se portadora, quer saber como ela pode afetar o seu tratamento, marque uma consulta no Projeto Beta. Cada caso deve ser analisado individualmente para uma orientação médica personalizada.
Categoria: Blog
Publicado em: 14/07/2021