O que é fertilização in vitro e como funciona o tratamento

Para quem sonha em ser mãe ou pai e tem algum problema relacionado à infertilidade, a boa notícia é que a medicina reprodutiva tem evoluído a passos largos no Brasil e no mundo nos últimos anos. E nesse contexto, o tratamento mais efetivo é a fertilização in vitro (FIV), que atualmente permite aos pacientes alcançarem, em média, até 55% de sucesso.

Não à toa, o mais recente relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mostra aumento em 18,7% no número de pessoas que buscaram o procedimento entre o ano de 2017 e 2018.

E para você que considera começar um tratamento de fertilização in vitro (FIV), elaboramos esse material completo, que explica em detalhes o que é a fertilização in vitro, como funciona o seu tratamento, para quais casos a técnica é indicada, entre outras questões. 

Antes de saber mais sobre o assunto, confira no vídeo a seguir todas as rotinas de segurança adotadas pelo Projeto Beta para proteger você, sua família e nossa equipe durante a pandemia.

O que é a fertilização in vitro?

Apesar da técnica ser a mais complexa entre os tratamentos de reprodução assistida, entender como ela funciona não é nenhum bicho de sete cabeças. Na prática, a fertilização in vitro, ou apenas FIV, é um tratamento que fertiliza os óvulos em um laboratório especializado, como o do Projeto Beta, para depois transferir os embriões para o útero da mulher.

Para realizar o procedimento, é feita a coleta dos óvulos da mulher e dos espermatozóides do homem. O tratamento também pode ser feito comóvulos, espermatozóides e mesmo embriões doados e, inclusive, por mulheres que não tem um parceiro ou por casais homoafetivos.

Na maior parte dos casos, essa fertilização acontece com a injeção de um espermatozóide em cada oócito (como o óvulo também é conhecido) com a ajuda da microagulhas e um sistema de amplificação de imagem apropriado (fertilização in vitro com ICSI).

Em alguns casos, a mesma fertilização pode ser obtida por um simples preparo e seleção dos gametas (nome dado às células reprodutoras: oócitos e espermatozóides), que são colocados em um mesmo recipiente (plaqueta) e incubados juntos, um oócito com vários espermatozóides. Contudo, dentro de 18 horas um único espermatozóide deve penetrar e fertilizar o óvulo espontaneamente (fertilização in vitro convencional).

Neste procedimento são necessários um número grande de espermatozóides móveis por óvulo a ser fertilizado e por isso nem sempre se obteria a fertilização nas situações onde o número e a qualidade dos espermatozóides estejam muito diminuídos.

A fertilização in vitro é indicada em quais casos?

Antes de escolher um tratamento de Reprodução Assistida, a mulher, o homem, ou ambos, devem procurar a ajuda de um médico. Só então depois de realizar todos os exames necessários e diagnosticar o caso de cada um, é que o profissional recomenda o caminho ideal.

Mas, de modo geral, as indicações para o uso da fertilização in vitro são bastante abrangentes, e vão desde fatores que englobam problemas com a mulher, com o homem, ou mesmo para mulheres ou homens que desejam engravidar sem a participação de um parceiro ou casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos.

Os casos de infertilidade do casal também podem ser resolvidos com a FIV, mesmo quando não é possível diagnosticar uma causa para a condição, conhecida como infertilidade sem causa aparente (ISCA). De forma geral, os casos mais comuns de infertilidade estão relacionados a:

• Ausência de gametas no sêmen;
• Baixa contagem de espermatozoides;
• Problemas de motilidade ou morfologia nos espermatozoides
• Casos em que os tratamentos de baixa complexidade, como o coito programado e a inseminação artificial não foram efetivos;
• Bloqueio total ou parcial das trompas;
• Distúrbios na ovulação;
• Endometriose;
• Falência ovariana;
• Idade avançada da mulher;
• Mulheres e homens com câncer (uma vez que os procedimentos de tratamento como radioterapia e quimioterapia podem afetar a fertilidade);
• Doenças genéticas que precisam ser evitadas nos filhos
• Adiamento social da maternidade

Como funciona a fertilização in vitro?

O processo de fertilização in vitro geralmente conta com cinco etapas básicas: estimulação ovariana, coleta e seleção dos óvulos, coleta e seleção dos espermatozóides, fecundação e transferência embrionária. 

1 - Primeira etapa da FIV: Estimulação ovariana

Nesta etapa, a mulher faz uso de hormônios injetáveis para estimular o desenvolvimento dos folículos (bolsas de líquido que podem conter um óvulo). Esse processo pode durar de 10 a 12 dias, e é acompanhado por exames de ultrassonografia e eventuais dosagens hormonais para assim melhor coordenar o processo, melhorando sua eficiência e até procurando evitar a produção de óvulos em excesso, o que poderia trazer efeitos não desejados para a mulher.

2 - Segunda etapa da FIV: Coleta e seleção dos óvulos

Por meio de uma agulha acoplada a um aparelho de ultrassom, o líquido dos folículos ovarianos é aspirado. Feito sob leve sedação, o procedimento geralmente dura entre 15 e 30 minutos. Os óvulos mais maduros e saudáveis, identificados no líquido aspirado dos folículos, uma vez selecionados seguem para processo de incubação em uma estufa especial, em condições que simulam aquelas do corpo da mulher e assim aguardam o momento de sua fertilização convencional ou com ICSI.

Importante reforçar que a FIV também pode ser realizada com óvulos doados. Para isso, é preciso entrar em uma fila de espera ou usar óvulos de bancos internacionais, autorizado no Brasil pela ANVISA.

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3 - Terceira etapa da FIV: Coleta e seleção dos espermatozóides e

Na maior parte dos casos, a coleta dos espermatozoides é feita por masturbação, realizada dentro de uma sala privativa da clínica, para evitar qualquer contaminação exterior e ter agilidade no tratamento da amostra. No entanto, em casos de azoospermia (ausência de espermatozóides no sêmen) ou pacientes vasectomizados, é necessário fazer uma punção nos testículos. Qualquer das amostras obtidas passará por um preparo em laboratório que tem como objetivo separar e selecionar os espermatozóides mais saudáveis para utilização no processo de fertilização dos oócitos.

Além dos óvulos, a FIV também pode ser realizada com espermatozóides doados.

4 - Quarta etapa da FIV: Fertilização in vitro

Após a seleção dos melhores óvulos e os melhores espermatozóides, ambos são colocados em contato para fertilização no laboratório e armazenados em uma estufa que possui a mesma temperatura e demais condições do corpo da mulher.

Na maior parte dos casos, sobretudo quando a quantidade ou a qualidade dos espermatozóides é baixa, a chance de fertilização ou fecundação dos oócitos pode ser aumentada com o uso da injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), que injeta um único espermatozóide diretamente dentro do óvulo. A fertilização será observada entre 18 a 22 horas depois.

H3 5 - Quinta etapa da FIV: Transferência de embriões

Entre dois a cinco dias, o embrião está pronto para a transferência, que é feita com o uso de um delicado cateter, com o objetivo de depositá-lo(s) dentro do útero. Para maior eficiência o médico se utiliza neste momento do ultrassom que mostra na tela o melhor local na cavidade uterina. Após o procedimento, é aconselhável que a paciente restrinja esforço físico mais intenso e continue tomando os medicamentos de suporte ao tratamento indicados pelo médico.

O exame de gravidez pode ser feito entre 9 até 15 dias depois da transferência.

Quais as chances de engravidar e o tempo de tratamento da FIV?

Como qualquer outro tratamento de Reprodução Assistida, grande parte da probabilidade de sucesso da gravidez depende de uma série de fatores, que juntos influenciam diretamente na questão da fertilidade, desde a faixa etária, passando pelos diagnósticos já relatados anteriormente e até mesmo o estilo de vida do casal.

Normalmente, grande parte da avaliação das chances de sucesso da FIV está ligada à idade, sobretudo para as mulheres. Pacientes com menos de 35 anos tem até 60% de chances. Entre 35 e 38 anos, as chances caem para 40%, e continuam a baixar para 30% até os 40 anos, passando para 8% depois.

Já sobre o tempo total do tratamento, incluindo todas as etapas já mencionadas, a fertilização in vitro costuma durar aproximadamente 25 dias.

Onde procurar tratamento para fertilização in vitro? Custa caro?

Por ser considerado um tratamento de alta complexidade, e que envolve uma equipe multidisciplinar com ginecologista, urologista e embriologistas, o melhor caminho é escolher clínica ou hospital de confiança.

Sobre o preço, seria leviano julgar o que custa caro ou barato, já que essa é uma afirmação que varia de bolso para bolso, de pessoa para pessoa, conforme o poder aquisitivo de cada um.

O que podemos dizer é que o Projeto Beta tem a missão de ampliar e democratizar o acesso dos casais aos tratamentos de infertilidade, adequando o custo do tratamento à condição econômica de cada paciente. E não há restrição quanto à cidade de origem do casal.

Tem mais alguma dúvida? Precisa de ajuda para entender melhor como funcionam os tratamentos?

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Categoria: Infertilidade

Publicado em: 03/07/2020