Aborto de repetição

De todas complicações que possam ocorrer em uma gestação, o aborto é a mais comum. Estima-se que afeta cerca de 15% a 25% das gestações, sendo a maioria das perdas até 12 semanas, o que chamamos de abortamento precoce.

Mas 5% das mulheres perdem duas vezes consecutivas e 1% perdem três ou mais gestações consecutivas, o que chamamos de abortamento de repetição.

Como identificar um aborto?

A identificação pode variar de acordo com o estágio da gestação. Sinais e sintomas que podem identificar um aborto:

- Sangramento vaginal marrom ou vermelho vivo, que se inicia de forma mais leve e aumenta em intensidade ou já inicia intenso, é o principal sinal de aborto. Normalmente é acompanhado por cólicas severas que não cessam mesmo após o uso de analgésicos.

- Cólicas ou dor abdominal: Muitas vezes, as mulheres podem sentir cólicas semelhantes às cólicas menstruais. A dor abdominal também pode ser presente.

- Expulsão de tecido com coágulo, diminuição repentina dos sinais de gravidez, secreção de muco branco-rosa ou perda de peso repentina também podem indicar o problema.

- Ausência de batimentos cardíacos fetais: Se a gestação estiver avançada o suficiente para que os batimentos cardíacos do feto possam ser detectados, uma falta de batimentos cardíacos em um exame de ultrassom numa idade gestacional onde deveriam estar presentes, é sinal de perda gestacional e pode ser um sinal de um aborto iminente.

É importante ressaltar que apenas o médico especialista poderá confirmar o aborto ou qualquer outro problema durante a gestação, portanto, se tiver qualquer um desses sintomas ou outras complicações, procure o médico.

Por que não realizar a investigação a partir do primeiro aborto?

Essa investigação não é realizada desde o primeiro aborto, exatamente por ser algo comum de ocorrer nas gestações, ocorrendo em muitos casos. Analisar todas pacientes que tiveram apenas um aborto, seria um número imenso de análises e consequentemente, realizar tratamentos em mulheres que muitas vezes não precisariam.

Atualmente, a partir de 2 abortos consecutivos já é realizada a investigação, mas acontece de se analisarem muitos casais que não possuem problemas de fertilidade. No entanto, após o terceiro aborto consecutivo, já se caracteriza mais especificamente algum problema, mais frequentemente com o embrião ou útero.

Causas do aborto

É importante ressaltar que apenas em 50% dos casos é possível encontrar o motivo, na outra metade dos casos não são diagnosticáveis.

A maior causa de aborto é alteração embrionária, um embrião de baixa qualidade que não consegue evoluir. Mas outros fatores também podem ocasionar o aborto.

Dentre os fatores diagnosticáveis, os mais frequentes são:

- Causas infecciosas

- Causas uterinas (pólipos, miomas, fatores locais no endométrio, má formação uterina)

- Fatores Genéticos

- Trombofilias

Formas de tratamento

A Fertilização In Vitro por si só, não diminui o risco de perdas recorrentes, mas se associada com o estudo genético pré-implantacional nesses casos de abortamento recorrente sem causa diagnosticável, pode-se diminuir o risco de perdas.

Se a causa foi encontrada, obviamente se inicia por tratar o problema diagnosticado. 

A melhoria de alguns hábitos também pode aumentar as possibilidades de sucesso na gestação. Como, por exemplo:

- Não fumar

- Melhorar alimentação / estilo de vida

- Praticar exercícios

- Manter-se no peso ideal

- Eliminar o consumo de álcool e cafeína.

Quando tentar novamente após um aborto?

Apesar de ser comum, o aborto pode ser muito traumático para o casal que está sonhando em ter filhos. É importante um período de pelo menos 1 mês para uma nova tentativa.

Muitas vezes o acompanhamento psicológico é importante para que o casal se mantenha bem para a gestação. No Projeto Beta, todos pacientes podem realizar o acompanhamento com nossa psicóloga sem custo extra.

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Na palestra você poderá tirar suas dúvidas com o médico especialista.

Categoria: Blog

Publicado em: 26/05/2023