Transferência de embrião D3 ou Blastocisto?
Se você está pesquisando ou procurando saber mais sobre a FIV, deve ter encontrado inúmeras teorias na internet e também vários termos que não faz ideia do que possa significar, certo?
Também pode ter conversado com seu médico e ainda ficado com algumas dúvidas, então, aqui vai nosso conselho: sempre seja franca(o) e pergunte tudo o que precisar saber, isso vai dar mais confiança a você.
Umas das dúvidas mais comuns é se D3(embrião de 3 dias) ou Blastocisto (embrião de 5 dias): qual o melhor momento para transferir o embrião?
Se você está com dúvida do que isso significa e/ou quer saber mais sobre esse assunto, esse e-book vai ajudar a entender melhor sobre o assunto.
Como assim, melhor momento para transferir o embrião?
O processo de FIV (Fertilização In Vitro) é feito em várias etapas, uma delas é conhecida como transferência embrionária que praticamente encerra procedimento.
Essa etapa é uma das mais importantes para que a FIV seja bem-sucedida. Dependendo do caso, a transferência de embriões pode ser feita com três dias de desenvolvimento dos embriões em laboratório (D3) ou com cinco dias (blastocisto).
Ainda um pouco confusa?
Após a etapa onde os óvulos e espermatozoides são unidos e ocorre assim a fertilização, os embriões resultantes começam a se desenvolver em ambiente totalmente controlado, dentro de um aparelho chamado incubadora, até o dia que a mulher receberá o embrião (transferência de embrião a fresco) ou o mesmo será congelado para uma transferência futura (transferência de embrião descongelado).
Quando chega no dia 3 (D3), o embrião terá de 4 a 12 células. Esse embrião aumenta não só seu número de células, mas também, seu tamanho. A medida que vai se desenvolvendo, as células se dividem, ficam menores,
porém com a multiplicação o tamanho do embrião também se modifica.
Já
no dia 5, o embrião já está na fase 'Blastocisto', essa fase pode levar até sete dias em laboratório para ser alcançado e o número de células alcançado ultrapassa a uma centena. Também nesta fase, as células já mostram uma certa organização interna no embrião.
Vamos entender melhor sobre cada método?
Blastocisto:
A estratégia de se transferir no quinto dia é baseada no fato de se ter melhor seleção embrionária, uma vez que, eles são auto selecionados. Isto se deve ao fato que só aqueles com maior qualidade, terão a capacidade de chegar a esta fase do desenvolvimento.
Entende-se que a maioria daqueles que não chegaram até o quinto dia, seriam embriões com alteração em sua genética e que, portanto, não levariam a uma gravidez, entretanto não há consenso sobre isso.
Blastocisto - Indicação:
Essa estratégia pode ser indicada, por exemplo, para casais que já tiveram insucessos anteriores com a transferência em D3 com o objetivo de conhecer melhor as causas destes insucessos.
Outra situação para seu uso, é quando há um número grande de embriões em D3, e com a cultura até blastocisto se reduziria este número ao mesmo tempo que se selecionariam os melhores embriões para a transferência.
A transferência em D3
A razão pela qual muitos preferem esse método realizando uma transferência do D3 é retornar o quanto antes o embrião ao seu ambiente natural, o útero materno. Observese que nas estatísticas mundiais, esta ainda é a fase mais escolhida para a transferência.
A transferência D3 tem indicação muito importante em casos que há um número pequeno ou de má qualidade dos embriões, nos quais os médicos preferem não aguardar até o D5 (Blastocisto) em um ambiente artificial onde poderiam não alcançar a fase de blastocisto, e por outro lado isso ocorreria no útero já que se observam gestações normais com a transferência em D3.
Como falamos anteriormente, com o passar dos dias em cultura na incubadora, nem todos os embriões chegam até o quinto dia, por isso, e para se evitar uma ausência de embriões para a transferência, opta-se pela transferência dos embriões no dia 3, já que haverá embriões para a transferência e se observa, na prática, gestações resultantes.
Vantagens de cada método
Blastocisto:
- Melhor sincronização temporal entre embrião e endométrio no momento da transferência de embrião.
- Maior taxa implantação.
- Possibilidade de transferência de embrião único, diminuindo as
chances de gestação gemelar.
- Menor número de embriões excedentes para congelamento.
- Não indicado quando o número de embriões é pequeno ou a qualidade embrionária não atinge um bom padrão.
Transferência em D3
- Menor exposição dos embriões às condições artificiais do
Laboratório.
- Maior chance de ter embriões disponíveis para transferência.
- Maior número de embriões excedentes para congelamento.
- Indicado também quando o número de embriões é pequeno ou
a qualidade embrionária não atinge um bom padrão.
Qual é o mais seguro para o meu bebê?
Segundo os pesquisadores, o dia da transferência não influencia em problemas genéticos ao nascimento, entretanto, pelo tempo de desenvolvimento antes da transferência, cada embrião tem suas particularidades.
Por exemplo, a transferência em blastocisto, pode estar associada à prematuridade, nascimento de bebês muito grandes e complicações placentárias. Em contrapartida, a transferência em D3 pode ocasionar bebês pequenos para a idade de gestação ao nascimento.
Enfim, a taxa de bebês que nascem saudáveis e vivos é semelhante em ambos casos, a diferença é que mulheres que puderam fazer a transferência na fase de blastocistos tendem a ter mais resultados positivos.
No entanto é bom lembrar que isso não é uma verdade para todos os casos e o médico deve determinar qual a melhor estratégia para o seu caso, quando tiver os embriões disponíveis com número e qualidade conhecidos. Um
tratamento desta complexidade não se faz com regras absolutas e iguais para todos os indivíduos e, portanto, a melhor estratégia é sempre baseada na individualização das condutas.
Então, qual escolher?
Como mostramos nos tópicos anteriores, não existe uma resposta 100% correta para isso, varia muito conforme o caso. A individualização para a escolha entre transferência em D3 ou em blastocisto(D5) é o melhor caminho para aumentar a chance de sucesso e assim obter a gravidez desejada.
Todo o processo deve ser acompanhado de perto por uma equipe capacitada e que conheça todo histórico clínico. Dessa forma, a decisão sobre fazer a transferência em blastocisto ou D3 depende de uma série de fatores e deve ser analisada caso a caso.
Como a Clínica de Reprodução Humana pode ajudar na escolha?
Claro, é necessário contar com uma clínica com profissionais qualificados para realizar cada etapa do processo de FIV com maestria.
Além disso, o local deve deixar a paciente confortável e ampará-la no que for necessário.
A estrutura da clínica também é importante, uma vez que a estimulação ovariana e a coleta de óvulos serão feitas no local, por isso, ter bons materiais e profissionais faz toda a diferença, isso vai impactar na formação e desenvolvimento dos embriões.
Pesquise, agende uma consulta e converse com os profissionais. Quanto mais confiante você se sentir, mais fácil será tomar cada decisão sobre sua FIV.
Preze por um atendimento humanizado e um local que te faça sentir confortável.
Lembre-se: Cada corpo é diferente, cada casal tem sua história que precisa ser ouvida.
Cada etapa deve ser cuidadosamente pensada, com um planejamento prévio e claro, sempre com uma conversa entre o médico, o casal e o embriologista, assim, as chances de sucesso aumentam.
Categoria: Artigo
Publicado em: 29/02/2024